Como indígenas do norte americano criaram roupas impermeáveis há milhares de anos?

A Gore-Tex surgiu em 1958, quando Bill e Genevieve Gore fundaram uma empresa para trabalhar com o polímero ou politetrafluoroetileno (PTFE), o mesmo das panelas antiadrentes. A grande inovação surgiu em 1969, quando o filho deles, Bob Gore, descobriu que, ao esticar o PTFE, criava um PTFE expandido (ePTFE) que era forte, poroso e impermeável. O primeiro tecido Gore-Tex impermeável, à prova de vento e respirável foi lançado em 1976 e comercializado pela primeira vez em 1978, prom0pvido pela promessa "Garantido para manter você seco", introduzida em 1989.

Mas se eu te contar que milhares de anos antes da invenção do Gore-Tex na década de 1970, comunidades indígenas na Groenlândia, Alasca, Sibéria e Canadá fabricavam roupas impermeáveis e respiráveis usando os intestinos de focas, baleias, morsas e até mesmo ursos, entre outros.

Os intestinos eram perfeitos para isso devido às suas propriedades naturais. Um lado do intestino podia bloquear a chuva enquanto o outro permitia a saída do suor, graças a minúsculos orifícios grandes o suficiente para a passagem do suor, mas pequenos demais para gotas de água.

O resultado? Os caçadores permaneciam secos e confortáveis mesmo nas duras condições do Ártico.

Para confeccionar o tecido, os intestinos eram limpos, lavados pelo método de saponificação, inflados como balões e deixados para secar.

Depois de secos, eram cortados em tiras e costurados com uma técnica especial de costura à prova d'água. A confecção dessas roupas exigia uma habilidade incrível, e as costureiras eram profundamente respeitadas por seu trabalho.

Essas vestimentas eram incrivelmente leves; algumas pesavam apenas 85 gramas. Eram essenciais para a sobrevivência, especialmente para caçadores que viajavam em caiaques ou outras embarcações.

O povo Inupiat, que habitaram o Ártico há 4.000 anos, são uma das culturas mais antigas conhecidas por confeccionar roupas a partir de intestinos de mamíferos.

Essas roupas ainda eram fabricadas no início do século XX. Mas, com o avanço do século XX e a maior facilidade de acesso a tecidos sintéticos, a produção diminuiu.

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