Polvo-bolha de sete braços, raramente visto, é filmado por câmera subaquática

Um polvo-dumbo (Haliphron atlanticus), raramente visto e conhecido como "polvo-bolha", foi capturado por uma câmera a 700 metros abaixo da superfície em imagens impressionantes das profundezas do oceano. A espécie, formalmente conhecida como polvo-de-sete-braços foi registrada pelo veículo operado remotamente Ventana, da equipe do Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterey (MBARI). O encontro ocorreu durante uma expedição recente na Baía de Monterey e marca a quarta observação dessa espécie em quase quatro décadas de exploração em águas profundas.

Segundo o MBARI, o cientista sênior Steven Haddock e membros da equipe de Biodiversidade e Bioóptica do instituto encontraram o polvo a aproximadamente 700 metros de profundidade durante um levantamento de rotina.

Usando um sistema de câmeras 4K desenvolvido por engenheiros do MBARI para missões em águas profundas, a equipe documentou a aparência e o comportamento do animal com detalhes em alta resolução.

O MBARI descreve o animal como um "gigante raramente visto" da zona crepuscular do oceano, e suas imagens mais recentes ampliam o registro limitado, porém crescente, de uma das espécies mais esquivas das profundezas marinhas.

As fêmeas do polvo-de-sete-braços podem atingir tamanhos consideráveis, chegando a pesar até 75 kg, enquanto os machos são bem menores, geralmente não ultrapassando 20 centímetros de comprimento.

Apesar do nome, a espécie possui oito braços, como outros polvos. Nos machos, um dos braços, o hectocótilo reprodutivo, fica recolhido em uma bolsa sob o olho direito, criando a ilusão de ter apenas sete braços.

O polvo segurava uma água-viva-capacete-carmesim (Periphylla periphylla) nas imagens capturadas no mês passado, o que está de acordo com descobertas anteriores do MBARI de que ele se alimenta de animais gelatinosos.

Pesquisas anteriores demonstraram pela primeira vez que essa espécie se alimenta de águas-vivas, um comportamento que análises de espécimes de museu reforçaram posteriormente.

Embora as presas gelatinosas tenham um valor nutricional relativamente baixo, elas são abundantes no oceano profundo e sustentam uma variedade de grandes predadores.