Tráfego do Times On-line cai vertiginosamente no modelo pago

Há alguns meses, Rupert Murdoch (mandachuva da News Corp e inimigo número 1 da Internet) decidiu que alguns dos sites de seus jornais deixariam o modelo de monetização em publicidade e passariam a um modelo de pagamento por leitura. A medida foi implementada no New York Times e no mês passado fizeram o mesmo no Times do Reino Unido.

A mídia convencional do mundo todo virou seus olhos e fazendo figa para o sucesso da decisão de Murdoch. Há uma semana da implementação definitiva, surgem as primeiras cifras extraoficiais à respeito da quantidade de subscritos e o comportamento dos visitantes. Em poucas palavras: Eu eu eu... Murdoch se fu... .

Em primeiro lugar, o site passou durante um mês completo com um modelo de assinatura gratuita, ou seja, o conteúdo podia ser acessado sem custo, mas era necessário registrar-se para usar no mês de teste. Nesse primeiro mês registraram-se 150 mil pessoas. Não é nada para um site que recebia 1.25 milhões de visitas únicas por dia.

Dos 150 mil registrados, só 15.000 se mantiveram no sistema quando o mês de teste terminou e foi mostardo a opção de manter a assinatura pagando uma pequena tarifa. Em outras palavras, 1,2% da suposta audiência diária.

Atualmente ainda é possível visualizar a capa do Times acessando sua URL, já que a barreira do pagamento não aparece até que você tente ler os detalhes de uma notícia. De toda a forma, o movimento de internautas decresceu 67% na primeira semana de pagamento obrigatório. Dos 33% restantes, cabe supor que alguns chegam até a capa, mas deixam o site quando veem que não podem ir além. Adicionalmente, há que considerar que os buscadores já não podem mais indexar o conteúdo de seu interior e logo The Times deixará de aparecer nas buscas.

Vale a pena ainda lembrar que Tim Kevan, um dos colunistas estrelas do jornal, abandonou o barco no início do mês passado por não concordar com a mudança. Possivelmente o tempo lhe dará a razão.

Fonte: paidcontent.org.