![]() | Enquanto escrevia o artigo bizarro sobre a prática das girafas-macho beberem urina, lembrei de um outro comportamento sexual animal ainda mais bizarro. Toda a população do rato-marsupial-australiano (Antechinus) morre antes dos óvulos serem liberados dos ovários das fêmeas. Elas podem viver de três a quatro anos, mas os machos vivem menos de um ano e reproduzem apenas uma vez, quando passam por transformações que inevitavelmente vão levá-los à morte de tanto copular. |

Durante um período de duas ou três semanas no início da primavera, as florestas australianas reverberam com as travessuras sexuais dos antechinus machos. Seus testículos incham até atingirem o tamanho equivalente a um quarto do peso de seu corpo, e começam a produzir esperma e testosterona sem parar.
Então, durante períodos de até 14 horas consecutivas, esses minúsculos marsupiais incansáveis se acasalam com quantas fêmeas encontrarem. Essa atividade se repete todas as noites, durante quinze dias.
Desesperado, viril e infatigável, cada um desses pequeninos acasalará com o maior número de fêmeas possível, até que o pêlo se desprenda de sua pele, seu sistema imunológico falhe e o sangue se espalhe pelos órgãos.
Depois do exaustivo período de acasalamento toda a população masculina morre em pouco tempo, ao contrair alguma doença. Mas também pode ocorrer o ponto culminante desse feito de fornicação, quando o rato-marsupial-australiano se desintegra fisicamente: ele literalmente ferve até a morte, geralmente pouco antes de seu primeiro aniversário.
A chamada reprodução suicida pode parecer absurda, mas o sexo vigoroso e destruidor de órgãos é a maneira dos machos de antechinus de se superarem na corrida reprodutiva para gerar os mais jovens. Quanto mais espermatozoides um macho produz, mais sucesso ele terá. Um sprint sexual até a morte é a única forma do antechinus de transmitir seus genes, e ele usa cada segundo para fazer isso.
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Comentários
Ate parece um ratinho que conheço.