
- "Queríamos assegurar-nos de que nada crie obstáculos à chegada do Remdesivir aos pacientes”, disse o diretor executivo de Gilead, Daniel O'Day, em uma entrevista. - "O preço assegurará que todos os pacientes de todo mundo tenham acesso a este medicamento."
O preço de 390 dólares por dose é para entidades governamentais. Uma vez que o fornecimento seja menor e Gilead comece a vender o Remdesivir através dos canais de distribuição normais, o preço de lista para as companhias de seguros privadas e outros pagadores comerciais será de 520 dólares por dose.
O uso do Remdesivir já foi autorizado em hospitais dos Estados Unidos e Japão, enquanto a Agência Européia de Medicamentos emitiu uma recomendação para conseguir sua aprovação.
O preço foi rapidamente criticado. Um grupo de consumidores considerou-o simplesmente "indignante" devido à quantidade de dinheiro dos contribuintes que foi investidos no desenvolvimento do medicamento.
A Gilead tinha prometido doar seu fornecimento do medicamento até junho, mas ressalvou que a companhia fixaria após acabasse seu estoque. A decisão do fabricante de medicamentos é relevante porque assenta um precedente de quanto custarão os medicamentos futuros para a covid-19.
As cerca de 250 mil doses que a companhia doou aos governos dos Estados Unidos e outros países devem se esgotar em aproximadamente uma semana, e os preços serão aplicados após isso. Em 127 países pobres ou de rendimentos médios -o Brasil está fora da lista- a Gilead permite que os fabricantes de genéricos forneçam o medicamento; dois países já o fazem a um custo de 600 dólares por tratamento.
Um estudo da Agência Europeia de Medicamentos demonstrou que os pacientes com covid-19 tratados com Remdesivir se restabelecem, em média, quatro dias antes que os outros doentes. O medicamento foi criado pelo laboratório contra a febre hemorrágica Ébola, sem sucesso. Mas durante um grande ensaio clínico recente demonstrou certa eficácia contra a covid-19.
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