- 'O asteróide Oumuamua é tecnologia alienígena avançada', insiste o principal astrônomo de Harvard

O objeto interestelar Oumuamua, avistado por cientistas de um observatório havaiano em 2017, foi o primeiro sinal de vida inteligente para além da Terra detectado em nosso Sistema Solar. Assim assegura Avi Loeb, diretor do Departamento de Astronomia da Universidade de Harvard, em seu novo livro, "Extraterrestrial: The First Sign of Intelligent Life Beyond Earth" que será lançado no final deste mês. Um resumo promocional da obra recorda a tese principal do autor, segundo a qual o objeto cósmico se comportou de maneira estranha ao viajar pela nossa vizinhança do espaço, que só poderia ter vindo de outra estrela.

- "Loeb demonstrou que não era um asteróide, pois se movia muito rápido ao longo de uma órbita estranha e não deixava rastro de gás ou escombros na sua passagem", destaca o resumo. Neste sentido, conclui que só tinha uma explicação concebível: a de que o objeto seja uma peça de tecnologia avançada criada por uma civilização alienígena distante ou inclusive pode até ser o lixo descartado de outra civilização.

O objeto veio da direção da estrela vizinha Vega, que está a cerca de 25 anos-luz de distância, em setembro de 2017. Entrou então no plano elíptico da Terra apenas para se aproximar do Sol apenas alguns dias depois. No final do mês, ele voou por Vênus a uma velocidade de 94.790 km/h e se aproximou da Terra novamente em 7 de outubro, antes de começar a se mover rapidamente em direção à constelação de Pegasus e à escuridão além.

O editorial enfatiza que Loeb descreve no livro sua controversa teoria e seus profundos envolvimentos, tanto para a ciência, como para a religião e para o futuro de nossa espécie e nosso planeta.

De fato, poucos representantes da comunidade científica compartilham as ideias do astrônomo sobre o misterioso objeto interestelar. Em julho de 2019, a equipe Oumuamua do Instituto Internacional de Ciências Espaciais publicou um artigo na revista Nature Astronomy que concluía que não encontrou uma evidência convincente que favoreça uma explicação extraterrestre e afirmam que era apenas mais um cometa, Loeb descarta a suposição, dizendo que isso depende muito do "familiar".

Por sua vez, Loeb admite que suas teorias surpreenderam os astrônomos, mas faz questão de discutir seus achados. Em entrevista ao New York Post, o cientista indica que algumas pessoas - "...não querem discutir a possibilidade de que existam outras civilizações, e pensam que somos especiais e únicos. Acho que é um preconceito que deveria ser abandonado", enfatizou.

O astrônomo apontou uma série de características de Oumuamua que o tornaram diferente de qualquer coisa encontrada antes. Seu estranho formato parecido com um charuto não tem precedentes para objetos espaciais normais e era excepcionalmente brilhante, pelo menos dez vezes mais reflexivo do que os asteróides ou cometas típicos do sistema solar.

- "“O que aconteceria se um homem das cavernas visse um telefone celular? Ele viu pedras durante toda a sua vida e teria pensado que eram apenas pedras brilhantes", disse ele na entrevista.

No entanto, o problema que fez o cientista acreditar que se tratava de um objeto artificial foi sua trajetória nas proximidades de nossa estrela, que, segundo ele, é de "coçar a cabeça".

- "Em vez de desacelerar quando se afastou do Sol, Oumuamua acelerou ligeiramente, mas de forma estatisticamente significativa", explicou o cientista.

Os cometas podem se comportar dessa maneira, já que o calor da estrela libera gases congelados de sua superfície, que agem como um motor de foguete. No entanto, se fosse esse o caso, Oumuamua deveria ter deixado uma "cauda" distinta, o que nunca aconteceu.

- “A única maneira de procurar civilizações alienígenas é procurar seu lixo, como jornalistas investigativos que vasculham o lixo de celebridades”, concluiu Loeb.