Como são feitos os tradicionais pastéis-de-Tentúgal?

Inicialmente designado "pastel-de-convento", o pastel-de-Tentúgal, também conhecidos como "pastel-de-pobre", foi criado pela primeira vez em algum momento do século XVI por freiras carmelitas que viviam nas proximidades da Vila de Tentúgal, em Montemor-o-Velho, Portugal. Reza a história que os doces surgiram por causa da bondade natalícia de uma freira carmelita que presenteava as crianças da região com iguarias, quando resolveu rechear a massa muito fina com doce de ovos, e amêndoas crocante. Mais tarde, as amêndoas foram retiradas da receita porque era um ingrediente muito caro naquela época.

Estes requintados presentes eram, igualmente, oferecidos a bem feitores do Convento das Carmelitas, assim como a indivíduos da alta sociedade portuguesa. Depois que ficaram populares eles começaram a ser cozidos pelas freiras para ser vendidos todos os domingos depois da missa à porta do Convento.

Depois de colonizar o Brasil e a Madeira no século XVI, Portugal começou a importar um fluxo constante de açúcar -anteriormente um luxo destinado apenas aos ricos- das suas plantações no estrangeiro. Nesta altura também existia um grande número de conventos em Portugal que utilizavam claras de ovo para engomar os seus hábitos.

Todas aquelas toucas elaboradamente engomadas significavam muitas freiras com muitas gemas extras nas mãos. Uma dessas freiras teve a brilhante ideia de combinar as gemas excedentes com o açúcar recém-abundante, e nasceu o clássico doce conventual português com ovo!

As Carmelitas foram especialmente inventivas ao criar os pastéis-de-Tentúgal. Parece que além das gemas, as irmãs tinham muito tempo disponível porque a versão tradicional do doce envolve esticar à mão um disco gigantesco de massa em folhas finas como papel que são enroladas em doce de ovos e assadas.