Manipuladores mediáticos estão chateados por não conseguirem controlar a Rede

Ontem tive a infelicidade de ver uma nova entrevista de Rupert Murdoch, o bilionário australiano rei da mídia, para a TV britânica e que quer porque quer trazer a mídia corporativa manipuladora e do escambo para a Internet. Para isso cerrou todas as suas armas contra o Google e, segundo ele, o roubo de notícias praticada pelo buscador.

Eu decidi voltar a este assunto por julgá-lo de extrema importância para a continuidade de uma internet livre destes manipuladores de opinião que acham que, quando antes existiam alguns poucos dizendo aos seus muitos leitores que tipo de opinião tinham que formar, estava tudo muito bem; mas agora com a Internet onde qualquer um pode buscar múltiplas fontes de informação para criar a sua própria opinião sem que ninguém diga como opinar, acham que está tudo errado -evidentemente para eles.

É o que pensa o senhor Rupert Murdoch e antigas empresas de mídia acostumadas a manipular as notícias ao sabor dos presentes, prendas e subvenções dos mais poderosos e do governo da vez. Notem esta briguinha esdrúxula entre Record e Globo pelo controle da mídia televisiva e irão entender que só aqueles que devem sua existência a todos os "favores" colocados em suas mãos por diferentes governos, não sabem competir em igualdade de condições com o resto.

O problema para eles é que agora qualquer um pode plasmar suas inquietudes e opiniões na Internet. Já não é necessário passar pelo crivo de vendilhões, de mamatas e trocas escusas. Já não é necessário pagar o pedágio político para conseguir um meio escrito, radiofônico ou audiovisual. A Internet oferece-nos todas as ferramentas para fazê-lo. E o que é mais importante, também proporciona aos leitores e aos ouvintes ou telespectadores, sem nenhum tipo de doutrinamento, tudo o que for necessário para que opinem, pensem, comportem-se, votem ou vivam, decidindo livremente se o que está sendo oferecido vale a pena ou não.

Eu já disse em mais de uma ocasião que os blogs não são meios diretamente formadores de opinião, mas que permitem que seus leitores formem a sua opinião se baseando naquilo que decidam após ler, opinar e discutir. Eu, às vezes, dou minha opinião e como qualquer um fico chateado e até nervoso com opiniões contrárias, mas é só. Há opiniões para todos os gostos e sobre diversos temas. Em muitos coincidiremos com a forma de pensar e em outras não, mas podem ter certeza que cada um dos posts são escritos sem restrições, sem mediar interesses e com ética e honestidade.

Me digam: quem é que conseguia (consegue) opinar no Jornal Nacional? Quem é que podia (pode) deixar seu comentário, sem que passasse pelo crivo do editor no Estadão? Quem tentou mais de uma vez reclamar de uma matéria da Veja e jamais viu sua cartinha ou mesmo e-mail publicado na sessão do leitor desta revista?

A característica muito bacana da rede é exatamente esta: a possibilidade de ler, dar a sua opinião, refletir, consultar e depois criar a sua opinião sem ninguém para dizer isso. Ninguém tem a verdade absoluta e muito menos nós.

É lamentável que alguém tenha que esperar que lhe digam como devem opinar, viver, se comportar ou votar, porque isso diz muito pouco dessa pessoa e infelizmente é o que ainda vem sendo feito em grande parte pela mídia impressa e televisiva de massa.

É muito importante que todos fiquemos atentos, principalmente àqueles mais jovens que tem preguiça de ler e consequentemente em pensar, aos movimentos destes grupos manipuladores e que servem a turvos interesses à margem das necessidades do cidadão, quando não contra ele.

O rebanho que consumia um tipo de grama escolhida pelo gosto de pastores poderosos, está descobrindo que sem o cercado podem encontrar e escolher uma grama mais fresca, mais apetecível e saborosa. Logicamente o pastor está chateado porque ninguém mais quer saber da sua grama, ela está rançosa.