Após séculos de debate, este novo mapa do mundo poderia ser o mais exato até hoje

Como falávamos no post anterior, ainda que tenhamos nos acostumado com o mapa-múndi com a projeção Mercator, criado pelo geógrafo e cartógrafo Gerardus Mercator em 1569, ele distorce em grande parte o tamanho da terra. Isto cria o chamado "problema da Groenlândia", onde as massas de terra mais afastadas do equador pareçam bem maiores do que realmente são.

A África é em realidade 14 vezes maior que a Groenlândia, mas se você olhar um mapa de projeção de Mercator (acima), pensaria todo o contrário. Além do problema de tamanho do mapa, vários críticos dizem que o amplo uso do sistema de Mercator mostra uma distorção cultural (que faz muito sentido). Alguns geógrafos pensam que esta projeção se tornou popular porque faz com que os países da Europa pareçam bem maiores do que realmente são, sugerindo que são grandes e poderosos.

Por isso, e como remédio à suposta distorção, um historiador propôs que utilizassem o mapa de projeção de Gall-Peters (acima) em seu lugar. Em 2017, as Escolas Públicas de Boston foram as primeiras no Estados Unidos em abandonar a projeção de Mercator em um esforço por "descolonizar" o plano de estudos de escolas públicas e alteraram para Gall-Peters.

Por suposto, então chegaram novas falhas. O Gall-Peters descreve com precisão o tamanho das massas continentais, mas distorce as formas dos continentes. De modo que parecia que estávamos condenados a ter que escolher sempre entre o tamanho preciso ou a forma precisa sem a opção de ter ambos... até que um grupo de cartógrafos publicou seu mapa Equal Earth.

Segundo o estudo publicado no International Journal of Geographical Information Science, os pesquisadores buscaram alternativas às projeções do mapa mundial da mesma área atualmente disponíveis, mas não encontraram nenhuma que cumprisse com todos os critérios estéticos, então criaram a sua própria com base na projeção Robinson de 1963, um híbrido parcial entre Mercator e Gall-Peters, tomando fragmentos de cada um que o torna mais adequado para os mapas do mundo, segundo os autores do estudo.