![]() | Poucas coisas minúsculas são tão temidas quanto os carrapatos. Algumas espécies podem transmitir a doença de Lyme, enquanto uma mordida de outras pode torná-lo alérgico à carne vermelha (ou assim dizem). Embora você possa acreditar que precisa entrar em contato direto com um carrapato para ser suscetível a essas doenças, acontece que o pequeno e rude aracnídeo pode realmente cobrir um pouco de distância para fazer um banquete com o sangue de seu hospedeiro, causando infecções no processo. O segredo para isso? Eletricidade estática. |
![Carrapatos famintos podem usar a eletrostática para pousar em você e em seus animais de estimação](https://imagens.mdig.com.br/bichos/carrapato_mamona_01.jpg)
Em um estudo publicado na Current Biology, os pesquisadores examinaram o carrapato-mamona (Ixodes ricinus), uma espécie comum na Europa que pode carregar vários microorganismos patogênicos e transmitir doenças aos humanos, entre as quais os que causam a anaplasmose granulocítica, a meningoencefalite do carrapato e a doença de Lyme.
As carraças desta espécie são desprovidos de olhos, tendo como principal sistema sensorial o órgão de Haller, um conjunto de quimiorreceptores e termorreceptores localizado em uma pequena cavidade na extremidade posterior (tarso) das patas dianteiras. Este órgão, característico do carrapato-mamona é essencial e mais funcional que os olhos na detecção do hospedeiro.
Quando os carrapatos foram posicionados perto de eletrodos, eles foram capazes de surfar na eletricidade estática e viajar uma fração de centímetros no ar, como um Michael "carrapato" Jordan voando em direção à cesta.
Embora possa não parecer uma distância considerável, em relação ao tamanho de um carrapato é uma conquista significativa. Sam England, um dos autores do estudo, disse que é o equivalente a humanos pular uns 10 lances de escada de uma só vez.
![Carrapatos famintos podem usar a eletrostática para pousar em você e em seus animais de estimação](https://imagens.mdig.com.br/bichos/carrapato_mamona_02.jpg)
Os pesquisadores já sabiam que os carrapatos se penduram em folhas de grama com as pernas estendidas na esperança de fazer contato com um hospedeiro. A nova pesquisa confirma que os carrapatos realmente têm um pouco de espaço que podem atravessar, com a pequena quantidade de eletricidade estática necessária gerada por roupas ou peles.
A ação funciona vertical ou horizontalmente, ajudando os carrapatos a derrotar a gravidade em sua busca por uma refeição de sangue. A estática também permite que eles se acomodem sem cair muito rapidamente. É possível, observa o estudo, que pulgas e ácaros também possuam essa habilidade, embora ainda não tenha sido comprovado.
Embora esse novo método de transporte torne os carrapatos mais propensos a pegar carona em seu corpo, é um mito que eles pulem de árvores. É mais provável que alguém pegue um carrapato que está vagando pelo chão, embora eles certamente possam subir pelo seu corpo rapidamente.
Também é um mito que toda picada de carrapato vem com uma erupção cutânea "olho de boi" -esse é um sintoma da doença de Lyme, mas nem todos os casos resultam em erupção cutânea-. Se você estiver ao ar livre, onde os carrapatos costumam se esconder, é melhor usar calças compridas e enfiá-las nas meias. Também é bom manter as cores claras para ver melhor um caroneiro de cor escura. Também é possível usar sprays repelentes de insetos. Uma vez dentro de casa, verifique se há carrapatos e remova qualquer um que vir com uma pinça, antes que ele engode com seu sangue.
Se dias após o contato com um carrapato você notar que aparecerem sintomas como gripe forte -com febre, desânimo, dor no corpo-, falta de apetite ou manchas na pele, é necessário procurar um médico imediatamente e informar sobre o contato. É importante lembrar que as larvas e ninfas são os principais responsáveis pela transmissão da febre maculosa brasileira.
Se acaso você tem um quintal grande e já notou alguma vez uma infestação de carrapatos, poderia adquirir um casal de garnisés, que é uma importante forma de controle biológico. Galinhas são predadoras naturais de carrapatos e auxiliam no equilíbrio ecológico uma vez que se alimentam dos aracnídeos sem agredir o meio ambiente.
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