![]() | Semelhante a coleta de cracas-pescoço-de-ganso, crustáceos popularmente conhecidos,como percebes, nas costas portuguesa e espanhola, a coleta de mariscos na costa do Peru é uma tarefa que exige habilidade, resistência e um profundo conhecimento do mar. Entre rochas escorregadias e correntes imprevisíveis, os coletores de mariscos enfrentam o perigo em cada mergulho entre para extrair produtos como cochayuyos, lapas e barquillos encontrados dentro de rochas costeiras onde as ondas quebram. |

Com a precisão adquirida com a experiência, eles desafiam o ataque da água em um ambiente onde um erro pode ser fatal. De fato, acidentes são muito comuns para os mariscadores no Peru, um dos cinco maiores países pesqueiros do mundo. Mas a maioria dos incidentes não é relatada, já que o setor pesqueiro é, em sua maioria, informal.
- "Estamos arriscando nossas vidas todos os dias", disse um dos coletores, enquanto observa as águas agitadas. - "O mar nos dá três ou quatro minutos de calmaria antes que as ondas fortes voltem. Se você cometer um erro, ele te leva embora."
Equipados com calçados de malha especiais para evitar escorregões nas rochas cobertas de algas, os mariscadores descem cautelosamente. A coleta não exige apenas rapidez, mas também saber interpretar os sinais ambientais: o som da água, as mudanças nas correntes e o comportamento do vento.
O trabalho começa ao amanhecer. Antes de entrar na água, os catadores de mariscos estudam o estado do mar, identificam as melhores áreas e preparam suas ferramentas. Ao contrário de outros pescadores, eles precisam mergulhar em áreas rochosas e lidar com a força das ondas.
A temperatura da água, mesmo no verão, é de cerca de 18° C. Então, alguns colocam uma roupa térmica para isolamento. Isso custa cerca de 1.000 soles peruanos, ou cerca de R$ 1.550, mas é um investimento essencial.
Dezembro a março são os melhores meses para coletar os mariscos, porque o oceano está relativamente mais calmo. Então, quando a água recua, durante a maré baixa, eles tentam colher o máximo que podem.
As extrações podem durar várias horas , com pausas para evitar fadiga extrema. Durante o processo, a precisão é fundamental: os moluscos devem ser removidos usando técnicas que não prejudiquem o ecossistema e permitam sua regeneração.
O dia não termina quando o saco de frutos do mar está cheio. O retorno é outro teste de resistência. Muitos precisam atravessar zonas de surfe perigosas, escalar penhascos ou caminhar por vastas dunas sob o sol escaldante.
A venda dos mariscos colhidos dependerá da demanda do dia. Nos mercados e restaurantes, esses produtos são muito valorizados, mas o lucro dos mariscadores nem sempre compensa o risco assumido.
Apesar do perigo, a paixão pelo mar os mantém firmes no trabalho. A maioria vem de famílias de pescadores e aprendeu o ofício quando criança.
- "É o que sabemos fazer. É como ganhamos a vida", explicam.
Os mariscadores ganham em torno de 500 soles por semana, ou cerca de R$ 770, dependendo da coleta. No Peru, isso pode pagar o equivalente a uma semana de compras para uma família de quatro pessoas.
Para eles, o perigo faz parte da vida cotidiana. Um erro descuidado, um erro de cálculo, uma onda inesperada podem significar a diferença entre voltar para casa ou ficar preso na água, mostrando assim a coragem daqueles que, a cada mergulho, desafiam o mar para levar seu sustento para casa.
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