![]() | - "Que m.... é essa? Foi a primeira coisa que pensei quando vi um vídeo do canal do YouTube Musicless MusicVideo, seguido de uma grande risada. É impossível não rir da bobagem nonsense. Mas depois de uma análise cheguei a conclusão que o Youtuber por trás do canal, Mario Wienerroither, é um gênio e já vou explicar o motivo. O "Videoclipe sem Música" chegou mesmo a merecer um estudo de dois pós-graduando espanhóis no Jornal Internacional de Comunicação, sobre como o segmento ressignificava o clipe musical. |

O objetivo do "Videoclipe sem Música" é revelar os sons e ações muitas vezes despercebidos, por vezes hilários e surreais que acontecem nos videoclipes quando a música é removida.
Se levarmos em conta que a gravação de um clipe musical é puro mise-en-scène, o que sobra são as peculiaridades, os ruídos não musicais -como passos, grunhidos, peidos e estalos-, e as narrativas visuais distintas que passam despercebidas com a música tocando, criando uma experiência cômica e artística única.
Ou seja, a técnica remove a música, permitindo que os espectadores ouçam os supostos sons ambientes, vocalizações e ruídos peculiares que os criadores fazem durante as filmagens.
Ao remover a música, o canal enfatiza as ações estranhas, desconexas ou banais que ocorrem no vídeo, muitas vezes revelando-as como cômicas e, às vezes, um pouco perturbadoras. Foi o que aconteceu com o clipe de Billie Eilish, cujos fãs chatonildos não gostaram muito e o vídeo acabou bloqueado pelo Youtube. Depois que Mario passou meses alegando que, se fosse assim, o próprio vídeo original deveria então ser deletado, o clipe foi desbloqueado pelo Youtube.
Os vídeos funcionam como uma forma de arte surrealista e nonsense, oferecendo uma perspectiva nova e divertida sobre a cultura pop e os clichês dos videoclipes.
Assistir a um videoclipe é uma experiência audiovisual, mas o visual está sob o domínio do áudio. Às vezes, há ações na tela que não têm nada a ver com os solos de guitarra incríveis que nós estamos ouvindo, e ainda assim é só isso que ouvimos, porque os videoclipes são, antes de tudo, uma vitrine da música.
- "A ideia inicial surgiu em 1996, quando reeditei a camada de áudio de um trailer de filme por diversão", disse Mario, um produtor musical e designer de som radicado em Viena. - "Alguns anos depois vi por acaso 'I Want to Break Free', do Queen, no mudo enquanto estava ao telefone. Essa foi a faísca que me inspirou."
Os usuários do Youtube reconhecem os vídeos populares, mas ficam surpresos com as novas realidades, muitas vezes absurdas, que eles revelam.
Até o finado David Bowie achou esses vídeos hilários, principalmente um com seu dueto "Dancing in the Streets" com Mick Jagger.
O "Videoclipe sem Música" parece também ser uma crítica bem humorada sobre como os clipes musicais hoje tendem a seguir uma lista padrão de clichês.
Pode parecer bastante comum hoje em dia, mas não podemos esquecer que os conceitos pareciam bem inovadores e originais antigamente.
Por exemplo, os lançamentos de videoclipes de Michael Jackson eram tão ou mais importantes que o lançamento do álbum.
Hoje é mais do mesmo. Esses clichês já estão batidos e desgastados depois de termos visto dezenas de vídeos derivados.
Quantas vezes mais veremos rappers estourando champanhe em boates? Quantos MCs vão continuar ostentando suas vidas de luxo e opulência enquanto um grupo de moças vestindo roupas sumárias realizam coreografias sincronizadas?
Eu poderia continuar enumerando esses elementos visuais que tornam-se clichês à medida que são repetidos exaustivamente em busca de identificação imediata com o público e resultados de visualização.
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