Em 2005, um americano desistiu no último momento do suicídio, causou um acidente que matou 11 pessoas

Em 26 de janeiro de 2005, às 6h03, o trem metropolitano sul da Metrolink, ferrovia suburbana na área de Los Angeles, Califórnia, colidiu com um veículo utilitário esportivo que havia sido abandonado nos trilhos de um cruzamento, resultando em uma colisão em cadeia, com trens de carga estacionados no local, que cobrou a morte de onze passageiros e mais de 180 feridos. O acidente foi o segundo incidente mais mortal na história da Metrolink.

A causa do acidente foi atribuída ao motorista do Jeep Cherokee Sport, Juan Manuel Alvarez, de Compton, na Califórnia, que dirigiu deliberadamente e deixou seu veículo nos trilhos enquanto supostamente tentava cometer suicídio.

Juan já tinha cortado os pulsos e se esfaqueado repetidamente no peito, e estacionou o carro nos trilhos para terminar com a tentativa. Ele, no entanto, mudou de idéia no último momento e tentou deixar os trilhos da ferrovia. Como não conseguiu tirar o veículo do cascalho encharcado da chuva e dos trilhos escorregadios, abandonou o veículo momentos antes do trem lotado se aproximar.

Na época houve bastante especulação de que Juan possa ter infligido os ferimentos em si mesmo após o acidente, com base em alguns relatos anteriores de testemunhas. De qualquer forma a causalidade da tragédia estava muito bem definida: o carro parado sobre os trilhos.

Juan era considerado um suicida em potencial muito antes do incidente ocorrer. Segundo alguns relatos, ele já havia tentado o suicídio anteriormente. Além disso, era um conhecido viciado em metanfetamina, propenso a comportamentos delirantes. Na época do acidente de trem, o pai de dois filhos pequenos passava por dificuldades conjugais. Sua esposa entrou com uma medida cautelar contra ele meses antes do incidente, alegando que o marido havia se tornado errático e ameaçador com ela e as crianças.

Juan fugiu do local após o acidente, mas mais tarde foi encontrado na casa de um amigo. Ele foi preso e acusado de 11 homicídios com "circunstâncias especiais".

Durante o julgamento, a defesa manteve a alegação de que o acidente foi resultado da tentativa abortada de suicídio de Juan que nunca pretendeu prejudicar ninguém, mas os promotores alegaram que ele deliberadamente causou o acidente na tentativa de chamar a atenção de sua esposa, citando que ele banhou seu SUV com gasolina de antemão. Um parente de uma das vítimas questionou por que ele simplesmente não se deitou nos trilhos se realmente queria se matar.

Os promotores do caso queriam uma pena de morte por seus crimes sob uma lei raramente usada que envolve destruição de trens, que resultam na morte de uma pessoa. Esta lei de 1873 foi criada para processar ladrões de trem do Velho Oeste que eram conhecidos por explodirem os trilhos para roubar um trem.

Em 26 de junho de 2008, Alvarez foi considerado culpado das 11 acusações de homicídio em primeiro grau com circunstâncias especiais e uma acusação de incêndio criminoso relacionada ao incidente. Ele foi absolvido da acusação de destruição de trem.

Em 15 de julho, o júri escolheu uma sentença de prisão perpétua. Ele foi condenado a 11 penas de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.