![]() | Visitar a Toscana é uma das experiências mais gratificantes de uma viagem pela Itália, porque se trata de uma região bela por natureza -talvez mais linda do país, especialmente na primavera e outono- e cheia de atrações monumentais e históricas. Se dimensionamos um pouco mais, há certos lugares que brilham com luz própria, como Florença, Siena e Pisa, que são os de maior renome. Mas existe um monte de locais pouco ou nada conhecidos que são perfeitamente capazes de satisfazer qualquer um, e um deles é Vaglia. |
![Colosso de Apenino: daqui não saio, daqui ninguém me tira](https://imagens.mdig.com.br/arte/colosso_apenino_01.jpg)
Vaglia é um pequeno povoado de pouco mais de cinco mil habitantes que, no entanto, conserva um Patrimônio da Humanidade como parte do conjunto de Vilas e Jardins dos Médici. Trata-se da Villa Pratolina, encomendada por Francisco de Médici ao arquiteto Bernardo Buontalenti para presentear sua amante veneziana Bianca Cappello, com a qual se casou em 1579. Os jardins, de estilo maneirista, foram o cenário nupcial.
![Colosso de Apenino: daqui não saio, daqui ninguém me tira](https://imagens.mdig.com.br/arte/colosso_apenino_02.jpg)
Lamentavelmente, depois da morte de seu dono, o lugar ficou abandonado e muitas das esculturas que o decoravam foram levados para Florença, para enfeitar os Jardins Boboli que se encontram por trás do Palácio Pitti. Mas nem todas.
![Colosso de Apenino: daqui não saio, daqui ninguém me tira](https://imagens.mdig.com.br/arte/colosso_apenino_03.jpg)
Ao menos teve uma que permaneceu no lugar original, dada a impossibilidade de movê-la do local: o chamado Colosso de Apenino, obra do célebre escultor francês Giovanni da Bologna, mais conhecido como Giambologna, considerado o mais perfeito representante do maneirismo, cujo grande renome vem de suas obras cheias de movimento.
![Colosso de Apenino: daqui não saio, daqui ninguém me tira](https://imagens.mdig.com.br/arte/colosso_apenino_04.jpg)
Não faltou vontade de levar a colossal escultura dali também, mas para tanto seria necessário desmantelá-la, sobretudo porque o Colosso de Apenino, antes de sê-lo, era um enorme afloramento rochoso que foi talhado no próprio local por Giambologna. Assim, percebendo que a escultura jamais sairia dali inteira, as autoridades desistiram da ideia de jerico de removê-la.
![Colosso de Apenino: daqui não saio, daqui ninguém me tira](https://imagens.mdig.com.br/arte/colosso_apenino_05.jpg)
A ideia do artista era homenagear os Apeninos, a cordilheira que SE estende por mais de 1000 quilômetros ao longo da Itália central e costa leste, formando a coluna dorsal do país. Para isso, aproveitou a pedreira à beira de um lago artificial, talhando sua parte exterior com a forma de um deus da montanha que parece sair da mesma rocha, salvo a cabeça, que foi acrescentada depois.
![Colosso de Apenino: daqui não saio, daqui ninguém me tira](https://imagens.mdig.com.br/arte/colosso_apenino_06.jpg)
A figura mede dez metros e meio de altura, apoiado sobre seu braço esquerdo pressiona um peixe-fonte. Determinadas partes como o cabelo ou a barba foram realizadas usando concreto e lava, para lhe conferir um efeito mais dramático e dinâmico.
![Colosso de Apenino: daqui não saio, daqui ninguém me tira](https://imagens.mdig.com.br/arte/colosso_apenino_07.jpg)
No entanto, a verdadeira surpresa para o visitante está no interior do colosso, que é oco. A pedreira tinha uma gruta natural cuja entrada é por sua parte posterior e que Giambologna ampliou, criando várias áreas repartidas em três andares, com janelas sob a barba e as axilas. Originalmente incluía uma lareira que fazia sair fumaça pelo nariz do Deus do Apenino.
A Vila Pratolina foi passando de mão em mãos e seus donos incorporaram algumas reformas que a transformaram em um jardim inglês. Em 1872 foi adquirida pelo conde Pavel Pavlovich Demidov, segundo príncipe de San Donato, que se tornou Paolo Demidoff. A vila passou a se chamar então Vila Demidoff, nome que mantém até hoje, ainda que agora seja propriedade pública de Florença e que pode ser visitada no verão e outono boreal, desde maio até final de outubro.
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