Mulher faz amizade com pombo teimoso que pousou no balcão do seu apartamento

Os pombos podem ser companheiros e animais de estimação leais, conhecidos por serem inteligentes, dóceis e fáceis de treinar, formando laços fortes com seus donos. No entanto, eles exigem um comprometimento significativo com espaço, atenção diária, nutrição adequada e cuidados para que tenham uma longa expectativa de vida (mais de 15 anos). Eles exigem menos cuidados do que alguns animais de estimação, são menos destrutivos do que papagaios e podem até ser treinados para usar o banheiro com "fraldas de pombo", desde que tenham liberdade suficiente para voar e interação social.

Muitas pessoas ficam admiradas como um pombo-doméstico (Columba livia) pode ser tão inteligente. Este foi o caso da personal trainer Lulu Tarabay, que viu um pombo branco pousar no balcão do seu apartamento em Dubai e, teimosamente, tentando chamar sua atenção subindo pela porta de tela.

No início, ela ficou nervosa em se aproximar da ave, mas, incentivada pelo namorado, Lulu começou a conversar com o pombo. Aos poucos, os dois se tornaram grandes amigos. Lulu deu o nome de Sebastião ao pombo, e ele parece responder ao seu nome.

- "Meu namorado disse: 'Saia, tente encontrá-lo. Obviamente, ele quer ser seu amigo", disse Lulu. - "Comecei a fazer perguntas e a conversar com ele como se pudesse me entender. Comecei a colocá-lo na minha mão. Ele começou a andar sobre ela, depois a voar para longe e a voltar todos os dias. Agora, quando ele ouve minha voz, sabe que sou eu. Ele voa e vem até mim."

O problema é que a inteligência dos pombos é subestimada principalmente porque são amplamente consideradas pragas comuns devido a onipresença em ambientes urbanos, uma percepção que ofusca suas notáveis habilidades cognitivas demonstradas em pesquisas científicas.

Outro complicador é que pombos são vetores de doenças transmitidas por suas fezes e penas, como a criptococose (infecção fúngica pulmonar e neurológica), histoplasmose (infecção fúngica), salmonelose (infecção bacteriana) e ornitose.

O termo pejorativo "cérebro de passarinho" contribui para a subestimação geral da inteligência das aves, sugerindo que cérebros pequenos significam baixa inteligência.

No entanto, o cérebro das aves possui uma densidade neuronal maior do que o cérebro dos mamíferos, tornando-as muito eficientes.

As pessoas frequentemente medem a inteligência animal usando tarefas ou habilidades voltadas para os humanos, em vez de habilidades cruciais para a sobrevivência de uma espécie, como navegação ou busca por alimento.

Muitas pessoas simplesmente desconhecem as extensas pesquisas que destacam a inteligência dos pombos, como sua capacidade de distinguir pinturas, reconhecer todas as 26 letras do alfabeto inglês e até mesmo aprender a identificar câncer de mama em imagens médicas com a mesma precisão que radiologistas humanos.

Os pombos possuem um instinto de orientação extraordinário e conseguem navegar por rotas complexas usando múltiplas pistas, incluindo o campo magnético da Terra, o sol e até mesmo mapas acústicos de infrassom. Essa habilidade os tornou indispensáveis para a comunicação durante guerras.

Eles conseguem reter um grande número de imagens individuais por anos e podem reconhecer diferentes indivíduos.

Pesquisas recentes sugerem que os pombos utilizam uma forma de resolução de problemas semelhante aos mecanismos encontrados em modelos de inteligência artificial, aprendendo tarefas complexas com grande consistência.

Em essência, os pombos são criaturas notavelmente adaptáveis e inteligentes, cuja verdadeira capacidade cognitiva é frequentemente mascarada por sua presença comum em ambientes urbanos e pelos estereótipos culturais predominantes.