![]() | Se assim o desejasse, um chinês poderia percorrer os quase 2.000 quilômetros que separam o Monte Everest do Lago Ayding sem cruzar qualquer fronteira. Se fizer isso, ele caminhará de um dos pontos mais baixos da Terra (154 metros abaixo do nível do mar) até o topo do planeta (8.840 metros). Ao longo do caminho, superaria cerca de 9 mil metros de desnível, a maior diferença entre o ponto mais alto e o mais baixo que qualquer país tem no seu interior. Estes dados ilustram a natureza extrema da geografia chinesa, cuja história é claramente determinada pelas condições físicas do seu terreno. |
![A diferença entre os pontos mais altos e mais baixos de cada país, em um grande gráfico](https://imagens.mdig.com.br/mundo/maior_menor_elevacao_paises.jpg)
O Lago Ayding é hoje um terreno baldio lamacento localizado no coração de Xinjiang, na região uigur, no extremo ocidental do império chinês e numa região próxima do arco cultural turco e muçulmano. Por seu lado, o Everest funciona como uma passagem de fronteira impossível entre o Nepal e a China e como um telhado para a cordilheira que separava o seu destino da civilização indiana.
O exemplo chinês é o mais drástico dos encontrados no planeta. Existem diferenças de elevação muito mais medíocres. Nas Maldivas, por exemplo, o ponto mais baixo é 0 (nível do mar), enquanto o mais alto é 5. No Catar a elevação máxima mal ultrapassa os 100 metros; Na Bielorrússia, um país sem acesso ao oceano no coração da planície europeia, o ponto mais baixo ronda os 90 metros, enquanto o mais alto mal ultrapassa os 346 metros.
Cada país tem suas particularidades, que podem ser exploradas detalhadamente neste maravilhoso gráfico feito pelo Fascinating Maps, o site anglo-saxão dedicado à divulgação de mapas de todas as condições. A visualização ordena a "extensão de elevação" de todas as nações do planeta, do mais alto ao mais baixo, indo dos extremos chinês e asiático -geralmente países que fazem fronteira com o Himalaia- até a geografia monótona dos arquipélagos do Pacífico.
![A diferença entre os pontos mais altos e mais baixos de cada país, em um grande gráfico](https://imagens.mdig.com.br/mundo/maior_menor_elevacao_paises1.jpg)
Existem curiosidades de todos os tipos. Embora existam inúmeros países que nunca ultrapassam os 500 metros, só há um que está totalmente localizado acima dos 1.000 metros. de altitude: Lesoto. Localizado na África do Sul, o país é praticamente um berçário da Grande Escarpa, uma gigantesca formação montanhosa no sul do continente. O seu ponto mais baixo é de 1.400 metros, uma rara exceção mesmo para África, um continente propenso a países altos (Ruanda ou Uganda).
O nosso país está entre as posições medianas do mundo, com seu ponto mais baixo sendo considerado o nível do mar e o Pico da Neblina, localizado no norte do estado do Amazonas, ponto mais alto com 2.995 metros de altitude. Embora o maciço da Neblina esteja situado na fronteira com a Venezuela e a maior parte da área esteja nesse país, o cume principal está inteiramente dentro do território brasileiro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2015.
Os países com diferenças mais drásticas tendem a ser grandes e fazer fronteira com formações montanhosas gigantescas. O Nepal é uma exceção um tanto rara: apesar de compartilhar o topo do planeta e servir de lar para a maior parte do Himalaia, possui pontos a apenas 70 metros acima do nível do mar. O Butão é outro exemplo semelhante, com mínima de 97 metros e máxima de 7.570, é, aliás, o país com maior altitude média: 3.200 metros.
Chama a atenção o exemplo do Cazaquistão, com pontos mínimos de -132 metros graças às suas drásticas depressões, mas também marcos geográficos que chegam a 7.000 metros na cordilheira Tian Shan, e o do Burundi, nem muito baixo, 772, nem muito alto, 2.684. Em todos os casos, é sempre muito divertido explorar este gráfico junto com esta lista da Wikipedia que compila todos os pontos mais altos e mais baixos de cada país.
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